terça-feira, 18 de março de 2014

Atendimentos em Centros Espíritas supera o de hospitais

   Um levantamento realizado em 55 centros espíritas da cidade de São Paulo aponta que, juntando todas as casas que participaram da pesquisa, o número de atendimentos espirituais chegam a 15 mil por semana, o que equivale a 60 mil por mês.
  O psiquiatra e professor do departamento de Psiquiatria da faculdade de Medicina da USP, Homero Pinto Vallada Filho, destaca que o número de atendimentos, é muito superior ao atendimento mensal de hospitais como a Santa Casa por exemplo, que atende cerca de 30 mil pessoas ou do Hospital das Clínicas, com uma média de 20 mil atendimentos.   “Sabemos, por meio de vários estudos, que a abordagem do tema religiosidade ou espiritualidade exerce um efeito bastante positivo na saúde de muitos pacientes. Por isso, podemos considerar a terapia complementar religiosa ou espiritual como uma aliada dos serviços de saúde”, revela Homero. O mesmo ainda salienta que geralmente o paciente não tem o hábito de falar sobre suas crenças religiosas e muito menos de contar que realiza tratamentos espirituais em centros espíritas, preferindo assim o sigilo.
  A ideia da pesquisa, foi mostrar a dimensão do trabalho realizado pelos centros espíritas, o grande número de atendimentos prestados e os diferentes serviços que oferecem. Durante as pesquisas, foi observado também que apenas uma pequena minoria de pessoas realiza cirurgias espirituais (Todas sem cortes).
  A metodologia usada na pesquisa da pesquisa, começou com um levantamento inicial de todos os centros espíritas de São Paulo que possuíam site na internet e que continham endereço e contato. A autora da pesquisa chegou ao número de 504 instituições. Salientamos que neste levantamento, foram considerados e usados para a pesquisa apenas centros espíritas '' kardecistas ''.
  A médica enviou, pelos correios, uma carta registrada a cada um dos 504 centros, de todas estas cartas enviadas, 139 retornaram devido a problemas como mudança ou erro no endereço. Das 370 cartas restantes, apenas 55 foram respondidas. “Se considerarmos que essa média de 60 mil atendimentos mensais representa menos de 15% da totalidade dos centros existentes na cidade, chegaremos a um número total de atendimentos muito superior aos dos 55 que participaram do estudo” salienta.
  O recurso usado na pesquisa era um questionário que foi respondido pelo dirigente do centro. O material era bastante extenso e entre as perguntas do questionário, estavam questões sobre a identificação e funcionamento do centro, o número de voluntários e de atendimentos, as atividades realizadas e os tipos de tratamento, quais os motivos levavam as pessoas a buscar ajuda e como é feita a diferenciação entre mediunidade, obsessão e transtorno psicótico e quais orientações para estes casos, entre várias outras questões.
  Entre os resultados, foi observado que a maioria são centros já estabelecidos, cuja idade já ultrapassam a marca de 25 anos de atividades, sendo que o mais velho funciona há 94 anos, e o mais jovem de todos com dois anos. Em praticamente quase todos, os pacientes são orientados a continuar com o tratamento médico convencional, caso esteja fazendo algum. Pois é necessário usar os medicamentos indicados para o corpo físico, visando que o atendimento espiritual é voltado mais para o lado espiritual do paciente.
  A pesquisa revela também os principais motivos pela procura do centro espírita, entre eles, os principais problemas são relacionados saúde. Vamos aos números:

- Depressão 45,14%
- Câncer 43,1%
- Doenças em geral 33,3%

Em quantidades menos significativas, estavam: Dependência química, abuso de substâncias e problemas de relacionamento. Entre os tratamentos realizados, a prática que mais presente foi a desobsessão, 92,7% e a menos frequente foi a cirurgia espiritual 5,5%, sendo todas sem uso de cortes.
“Esse levantamento procurou descrever as atividades realizadas nos centros espíritas e salientar não só a grande importância social desempenhada por eles, mas também a grande contribuição ao sistema de saúde como coadjuvante na promoção de saúde, algo que a grande maioria das pessoas desconhece”, finaliza.

Fonte 1: Valéria Dias - Agência USP de Notícias
Fonte 2: Rádio Boa Nova - Site

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